A menina que outrora fui não volta mais, a inocência que um dia tive já não mora em mim, já não brinco com bonecas, já não acho a vida cor-de-rosa, a minha preocupação não é com que brincar, não passo horas a ver as Navegantes da Lua, não choro sempre que caiu nem dependo da minha mãe para tudo.
Cresci.
A menina que sou agora tenta a todo o custo vencer os obstáculos que os caminhos lhe impoem, já não sou inocente embora continue ingénua, já não brinco com bonecas pois estou grande demais para isso, a vida deixou de ser cor-de-rosa tomou tons mais sombrios povoada de sombras, embora ainda existam algumas rosas perdidas, passo horas a pensar,a meditar, a reflectir, se calhar faço-o demais, agora não choro quando caiu, ou pelo menos já não me vêem chorar, aprendi a levantar-me sozinha, a curar-me sozinha, já não dependo da minha mãe.
Cresci.
Mas a menina que fui ainda mora em mim,
basta olhar para ela e para dentro de mim, se procurar bem, encontrá-la-ei e por vezes gosto de o fazer, conversar com quem fui sobre o que serei.
Cresci.
É verdade cresci, e todos os dias cresço um pouco mais, as bonecas vão ficando para trás, as brincadeiras, a vida toma caminhos mais sérios, mais solitários, mais obscuros, mas foram os caminhos que eu escolhi, foram os caminhos que eu traçei, onde sei que no fim encontrarei a menina que fui e a menina que serei.
Sem dúvida...
Cresci.
Bloody kisses***Ari