segunda-feira, outubro 25, 2010

Fui livre, um dia.

Numa era tão distante, tão longínqua, uma mera mancha na linha do horizonte.
Era completamente livre, o que não quer dizer que fosse feliz. Não o era.
Liberdade não é sinal de felicidade. Também não é sinal de irresponsabilidade. E muito menos sinal de leviandade.
Liberdade é na realidade, um grande peso. Deve ser merecida, conquistada, e nunca, mas nunca dada como adquirida.
Até o mais livre dos pássaros pode ser tornado prisioneiro.
Liberdade, pode-se perder um piscar de olhos.

Eu fui livre, um dia.

Num tempo perdido entre as estrelas, tão escuro como a noite.
Era tão livre, que por vezes sentia-me voar. A minha alma era tão livre que conheceu as mais belas maravilhas do mundo.
Mas não posso dizer que era feliz. Não o era.

Ainda me lembro de ter sido livre, um dia.

Até que me tornei uma prisioneira. Mas não posso dizer que agora sou infeliz. Não o sou.
Estarmos presos não significa infelicidade. Tudo depende ao que estamos presos.
Eu estou presa ao melhor sentimento do mundo.

O meu carcereiro chama-se... Amor.
*Ari

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