segunda-feira, dezembro 03, 2007


Sou um poço vazio de sentimento algum
Um sem fim de cores nenhumas
A junção das eternidades dos Tempos

Perdi as expressões nas Eras passadas
Esqueci-me das sensações no coração oco

Agora nada mais tenho que um olhar sem sentir
Sem querer saber dos outros
Sem nutrir sentimento algum

Deveria eu sentir pena? Remorsos?
Na verdade não perdi nada
Não se perde o que não se tem


all by me
*Ari

quinta-feira, novembro 15, 2007

Dúvidas existenciais


São longas as horas que passo no silêncio do meu ser pensando quem verdadeiramente sou. Repostas não encontro mas as dúvidas existenciais são uma constante na minha vida. Quem sou? Porque sou assim? Como seria se fosse diferente? Mais alta, mais magra, mais bonita? Com outros valores e outra maneira de pensar?

Não existe a mais pequena hipótese de ver esclarecidas todas as minhas perguntas mas mesmo assim penso nelas, mesmo assim massacro o pensamento com elas.

Adianta de alguma coisa? Sinceramente acho que não. Mas que seria o ser humano se não tivesse dúvidas existenciais? Que seria o mundo se o Homem não pusesse em causa a sua existência? Se não tentasse desesperadamente responder ao impossível? Nada! Ou muito pouco!


text and pic by me
***Ari

sábado, novembro 03, 2007

Tentei


Tentei viver no mundo lá fora
Na longitude da minha essência
Tentei amar o impossível
Na possibilidade do infinito
Tentei esquecer a solidão
Enterrar o passado numa cova funda
Tentei perdoar os erros humanos
As falhas que me matam o coração

Tentei, juro pela minha alma que tentei
Tentei ser outra, tentei não ser Eu
Tentei, árdua e duramente
Tanto que me julguei até demente
Mas de todas as tentativas falhadas
De todas as horas amarguradas
Aquela hora em que olhei lá fora
E vi que era aqui que pertencia

À minha própria Luz...
Na minha única Escuridão...



text and pic by me ***Ari

domingo, outubro 14, 2007


É quando o Tempo nos foge por entre os dedos
Que aprendemos a dar-lhe o devido valor
É quando a Vida anda e nós temos que correr para a apanhar
Que temos a noção das coisas como elas são
É quando o Mundo não pára
Que descobrimos que também temos que continuar


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***Ari
(eu adorava ter tempo para escrever...)

quinta-feira, outubro 04, 2007

É agora...

É agora nas longas horas que passo longe de ti e o cansaço toma conta de mim que me apercebo de quanto te amo...
É agora nos caminhos que percorro para longe de ti que me apercebo de que só te quero ao meu lado...
É agora quando ainda reina a escuridão lá fora que eu descubro como preciso dessa tua luz que me ilumina e aquece nas longas noites geladas...
É agora que tudo se torna complicado que reparo em como a vida é tão simples ao pé de ti...

É agora na imensa saudade de te ter sempre e não te ter nunca que sei como te amo realmente, mais do que pensava ou alguma vez imaginei...



Amo-te^^


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***Ari

(mt cansada)

quarta-feira, setembro 26, 2007


Diz-me algo que ainda não saiba, partilha um segredo que não tenhas contado a ninguém, mostra-me o teu coração como jamais alguém conheceu, abre a alma e deixa-me amar-te num todo.

Conta-me as histórias de infância que só os pais sabem, mostra-me as fotos vergonhosas de quando eras pequeno, e aquela de que a mãe sempre se orgulha e diz 'é o meu menino'.

Deixa-me entrar na tua vida como um furacão, revolucionar a tua existência, virar o teu dia-a-dia de pernas para o ar e mostrar-te tudo o que podemos fazer os dois.

Por uma simples razão, pequena e talvez insignificante, minima, foi o que fizeste comigo.


Amo-te ^^



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***Ari

Longe


Ao longe ficaram as palavras sem sentido, os amores outrora vividos, as emoções que fizeram chorar...
Bem longe adormeceu a saudade do passado, a tristeza do amaldiçoado Fado, o coração perdido e despedaçado...
Lá longe deixei a solidão que me consumia, a escuridão que me escondia, os sentimentos que me desfaziam...

Tão longe tudo o que já não me importa ficou, tudo o que me magoa se enterrou...

Lá, bem bem longe, onde a vista já não alcança, onde o coração já não sente, onde a alma já não toca...


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***Ari

domingo, setembro 23, 2007

Porque em certos momentos me sinto frágil como uma flor
Ou como boneca quebrada
Ou como alma perdida
E também como criança amaldiçoada

Porque na solidão me sinto acompanhada
E na multidão totalmente isolada
Porque grito e ninguém escuta nada
Porque choro e morro nas lágrimas afogada


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***Ari

quarta-feira, setembro 19, 2007


Porque quando for grande serei forte
Serei o que não consigo ser agora
Poderei olhar a Lua e orgulhar-me disso
Não chorarei mais na calada da noite
Não gritarei mudamente por tudo o que acabou

Porque quando for grande serei forte
Serei valente e corajosa
Poderei amar livremente
Sem este peso na consciência
Poderei deixar de odiar

Porque quando for grande serei forte
Não serei esta menina que chora em silêncio
Que morre lentamente noite após noite

Porque quando for grande serei forte...
Porque amanhã me tornarei forte
E esta será a minha última noite de fraqueza!


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***Ari

domingo, setembro 16, 2007

E as palavras não saiem, escapam-se por entre os dedos, fogem de dentro da alma
Quero agarrá-las, segurá-las em mim mas elas caiem
Tento falar mas sons não pronuncio, as palavras recusam-se a ser pronunciadas

Vejo-as a esconderem-se nos recantos mais profundos,
Onde sabem que não serei capaz de chegar
Sei por onde andam mas coragem não tenho de continuar a procurar

Que reine então o silêncio...


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***Ari

quinta-feira, setembro 13, 2007


Sem te ter ao meu lado a vida torna-se escura e assustadora, o que outrora era o meu mundo agora é um terrível pesadelo do qual desejo acordar e saber que estás sempre aqui comigo...
Mas então abro os olhos e permaneço sozinha, envolvida pela escuridão, num vasto reino de solidão onde só por escassos momentos tu vens para me iluminar e aquecer...
Depois torna tudo a ser como era, regressa o medo e o temor de te perder nesse teu mundo que não é nem nunca será o meu...

Sinto-me confinada nesta redoma de vidro que um dia criei para me proteger mas que agora se tornou numa desesperante prisão...

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***Ari

terça-feira, setembro 11, 2007


E é em dias assim que sinto as feridas que me deixaste
Quando o céu lá fora perde a cor
E eu me vejo fechada neste mundo de sofrimento
Só com o meu coração magoado

Doí saber que me magoaste tanto
Mas doí ainda mais saber que mesmo magoada
Nada mudou
Só esta dor angustiante que aumenta
A cada facada

Já não posso mais viver assim
Não quero mais viver assim
Mas a dor não passa
Meu coração não sara
Este amor teima em não morrer

E eu simplesmente já não sei o que fazer...


text by me
***Ari

sábado, setembro 08, 2007

E na escuridão do mundo elas chegaram
Muito suavemente me beijaram
Minha boca incendiaram
E a minha alma mataram

Então a tristeza desapareceu
O meu coração aqueceu
O olhar se perdeu
A escuridão se desvaneceu

E elas partiram de novo
Mas jamais esquecerei os ardentes beijos
Das fogosas borboletas
Que minha alma mataram


text by me
***Ari

quinta-feira, setembro 06, 2007

Adeus


Olá...
Desculpa só agora te vir ver, mas a tua partida repentina deixou-me em tal decadência que sinceramente nem sei como estou aqui hoje...
Gostava de te perguntar porque te foste, sem ao menos me deixares dizer adeus.
Gostava de te perguntar se ainda me amas e se todas as juras que me disseste se mantêm de pé.
Gostava de te perguntar onde estás agoras, se estás num sítio melhor que este.
Mas hoje não te venho massacrar com as minhas perguntas compulsivas.
Hoje venho aqui fazer o que mais gostavas de me ver fazer... Venho tocar para ti a melodia que dizia tudo sobre nós...
Fecha os olhos para não veres as minhas lágrimas, e perdooa-me... Oh por favor perdooa-me não me ter despedido de ti no dia em que partiste...
Agora escuta, uma última vez a nossa música, espero que depois descanses em paz...
Mais nada tenho a fazer aqui, acabaram-se as perguntas, acabaram-se as palavras... Tu levaste tudo menos o meu adeus... Levaste tudo menos o meu amo-te... Levaste até a minha alma, deixas-te só este corpo sem razões para viver abandonado neste mundo que já nada me diz...
Já não tenho forças para tocar nem para chorar...
Resta-me dizer-te... Amo-te...
E... Adeus...
Adeus amor...
Espero um dia voltar a estar ao teu lado para recuperar tudo o que levaste contigo nesse dia em que não me pude despedir de ti...


text by me
***Ari

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ponto de Vista


Alguma vez observaste a vida de um ponto de vista diferente? Experimenta só uma vez. Senta-te na sombra e vê o mundo como eu, vê as pessoas como eu, vê a vida como eu.
Observa os outros, eles fazem de conta que não existes, tal como eu. Vê como as vidas deles se cruzam e separam e voltam a cruzar, vê como um amor mal acabado pode recomeçar. Vê como são mentiras as verdades que se contam, como são ilusórias as emoções que eles tentam em vão fingir. Vês?
Como julgas o mundo agora? Como julgas as pessoas agora? Depois de te sentares no meu lugar na sombra e veres o mundo como eu?
É engraçado observares a vida de um ponto de vista diferente do habitual não achas? As cores já não te são apelativas, o calor já não te toca o coração, as mãos são gélidas como a morte. Aposto que não gostaste de ver a vida daí mas foi a única maneira de te mostrar como eu vejo o mundo.
Perdoa-me se te choquei, se agora já não ves o mundo como antigamente, mas para se seguir em frente tem que se conhecer vários pontos de vista...


text by me
***Ari

segunda-feira, setembro 03, 2007

Deixem-me...

E agora me entrego ao mundo de lá
Deixo os mortos me puxarem para o lago deles
Porque já nada aqui me resta senão a solidão...

Prefiro então morrer...
Ser levada pelas almas que em agonia
Me querem agarrar e levar...

Deixá-las puxarem-me...
Deixá-las matarem-me...
Já nada me importa...
Num mundo de hipocrisia...

Vale mais a morte...
A nova vida perto das almas sufocantes
Do que esta aqui num lugar imundo
Sem amor, só a eterna mágoa de estar sozinha...

Por favor levem-me...
Por favor tirem-me esta dor...
Matem-me...
Puxem-me...
Acabem com o sofrimento que me aperta o coração...

Deixem-me com vocês ficar...
Deixem-me em vosso lado morar...
Deixem-me como vocês
Ser mais uma alma a chorar...


text by me
***Ari

Ele & Ela


Ela pensa nele
E ele pensará nela?

Ela jura-lhe um amor eterno
Ele foge a um simples amo-te

Ela chora nas noites que não o tem
Ele sorri nas noites que passa longe dela

Ela acredita no amor
Ele chama-lhe uma aventura

Ela chama-lhe o seu mundo
Ele diz que são de mundos diferentes

Ela sente a dor e o vazio
Ele vive simplesmente por viver

Entre eles o amor existe
Mas ele não sabe
E ela está prestes a desistir dele...
Estão tão perto e mesmo assim estão distantes...


text by me
***Ari

O comboio


Não me lembro da razão de aqui ter vindo parar
Sei que acordei uma manhã e decidi que ia partir
Para onde?
Nunca cheguei a saber, mas nesse mesmo dia fiz-me à estrada
Percorri montes e vales
Escalei montanhas, nadei em rios
E depois, não sei como vim parar aqui...

Também não me perguntem o que aqui faço
Acho que espero o comboio
Mas ele nunca chega...
O tempo passa e nada me faz sair daqui
Já não recordo quando cheguei
Parece que foi ontem ou no século passado
Só sei que o comboio ainda não passou
Mas eu daqui não sairei enquanto ele não me vier buscar...

Nem que para isso passe aqui a eternidade...


text by me
***Ari

Minhas Mãos


Custa-me ter comigo as mãos que em ti se querem perder
Pesam-me os dedos que teus caminhos querem percorrer
Doi-me guardar em meu regaço o que te quer perdidamente...

E sinto-me tão só e perdida na imensa escurdião que me afoga
Minhas mãos são como punhais que carrego e não deviam estar comigo
Pois é em ti que elas querem estar
Não aqui, tão quietas e mortas sem nada para tocar...

Por mais que chore, a mágoa continua comigo
Nas mãos amaldiçoadas a mim pertencerem
Quando o verdadeiro destino é contigo adormecerem...


text by my
pic - my hands
***Ari

domingo, setembro 02, 2007


"Uma vez, saíram desta terra em peregrinação quatro rapazes e chegaram a um outro reino onde, quando à noite o Sol desaparecia atrás dos montes, havia uma esfera brilhante pendurada num carvalho, que deitava uma luz suave em todas as direcções. Devido a ela, era possível ver e destinguir tudo muito bem, embora não fosse uma luz tão forte como a do Sol. Os rapazes pararam e perguntaram a um lavrador, que passava por ali com o seu carro, que luz era aquela.

"Aquilo é a Lua", respondeu ele, "o nosso prefeito comprou-a por três moedas e pendurou-a no carvalho. Tem de lhe deitar óleo todos os dias e mantê-la limpa, para que ela não deixe de brilhar. Por isso, pagamas-lhe uma moeda por semana."




excerto do conto 'A Lua' de Jacob e Wilhelm Grimm
(não me importava de poder comprar a Lua por 3 moedas xD)
***Ari

quinta-feira, agosto 30, 2007


Se agora choro é porque um dia sorri,
e se agora te olho é porque um dia me olhaste...

Se me salvas da morte é porque já estive viva,
e se me tiras do solidão é porque já estive acompanhada...

Se me levas contigo é porque um dia me vieste buscar,
e se és amigo é porque esse é o teu lugar...

Se me dizes a verdade é porque já me mentiste,
e se me dizes que tens saudade é porque minha falta sentiste...

Se te falo em amor é porque o sinto no peito,
e se me responderes que não me causarás dor o meu mundo ficará perfeito...


texto ainda do tempo dos 'ses'
pic- my eyes ^^

Amut Sol

***Ari


"Em tempos que já lá vão havia uma terra onde a noite era sempre escura e o céu estendia-se sobre ela como um lenço negro, pois ali a Lua nunca subia e nenhuma estrela piscava na escuridão. Na altura da criação do mundo, a luz da noite era suficiente."


excerto do conto 'A Lua'
de Jacob e Wilhelm Grimm

***Ari

quarta-feira, agosto 29, 2007

Alma Fragmentada


Onde está a menina que outrora fui?
Por onde ficou perdida a alma fragmentada que era?
Perdi-a algures na mudanças dos Tempos
Deixei-a por aí esquecida num canto do mundo

Onde anda a menina que agora só observo?
Por onde andarão os fragmentos que larguei ao vento?
Presa num quadro
Pregada numa parede da cor do Sangue, do sangue que ela derramou

Onde irás parar menina quebrada?
Por onde ficarás alma fragmentada?
Sei que um dia morrerás sozinha nesse mundo cruel
Mas um retrato de ti sempre comigo ficará...


text and pic by me
***Ari

terça-feira, agosto 28, 2007


Por vezes acho que sou nada mais que nada
Outras acho que sou muito mais que muito

Penso que sou tudo e nada
Sei que sou muito e pouco
E talvez um dia seja de tudo um pouco
Sendo um muito de nada

Mas já nada do que digo faz sentido
São meras palavras de alguém que nada é
Que julgou poder vir a ser tudo
E descobriu que muito pouco algum dia foi



text and pic by me
***Ari

segunda-feira, agosto 27, 2007

Custa-me...


Custa-me estar longe de ti
De não sentir teu corpo junto do meu
Custa-me as horas que passo sozinha
Pensando no que te poderia fazer se aqui estivesses...

Custa-me calcular a distância que nos separa
Os quilómetros que me afastam do teu abraço
Custa-me pensar nos beijos que não me podes dar
Os beijos que só me resta recordar...

Custa-me estar sozinha...
Eu, que tanto tempo passei na solidão
Eu, que tanto tempo estive na escuridão
Agora custa-me muito estar sozinha e perdida
Custa-me estar longe de ti...

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***Ari

sábado, agosto 25, 2007


Vermelhou ou Preto?
Vida ou Morte?
Amor ou Paixão?

Uma escolha
Um destino
Uma solução

Uma cor
Uma maneira de viver
Um jeito de sentir

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***Ari

sexta-feira, agosto 24, 2007

Demos as mãos

Um dia fizemos um pacto
Que na vida e na morte seriamos sempre
Tu e Eu
E que jamais de qualquer maneira
Soltariamos as mãos.

Passámos muitas barreiras
Sofremos muito nas teias da vida
Mas nunca sobre tempestade alguma
Tu deixaste a minha mão.

Mesmo quando só havia o lamentoso pranto
Nos momentos obscuros que passámos chorando
Jamais sobre alguma lágrima
Deixei que tua mão saisse da minha.

Porque uma promessa é para cumprir
Um amor para se viver
E mesmo quando o mundo se virou contra nós
Não soltámos as mãos.

Porque...

Demos as mãos na dor
Juntámos as almas na amargura
Sentimos o frio da Morte a chegar
Em nosso corpo a se instalar
Mas nunca largámos as mãos...


text by me
***Ari

quinta-feira, agosto 23, 2007

Jogo de Sofrimento

E as últimas gotas tombaram
O sangue espalhou-se por entre as peças
O jogo de sofrimento por mim criado
Que me tirou a vida

Cada jogada
Era um punhal que me feria mais e mais
E meu sangue derramava
Todos os movimentos eram falsos
Nada conseguia fazer
Só podia ver meu sangue a cair
A vida do meu corpo a fugir

Quis desistir, ela não deixou
A grande adversária
A única que em toda a existência me derrotou
No jogo de sofrimento por mim criado
Que me levou a um destino malfadado
Que me obrigou a cair na minha própria armadilha
E a ver meu sangue pelo tabuleiro espalhado

Só a Morte foi capaz de me ganhar
Usando as minhas jogadas
Provocando todas as facadas
Só ela foi capaz de me vencer
Neste jogo de sofrimento por mim criado


text by me
***Ari

quarta-feira, agosto 22, 2007

Desgostosa chorava
Pobre menina perdida
Em já nada acreditava
Estava presa na encruzilhada da vida

Não se recordava de nada
Simplesmente sabia
Que naquela encruzilhada parara
E agora só podia escolher uma saída

Um mundo de luz na retaguarda
A sombra eterna defronte de si
Mas ela pobre coitada
Chorava sem fim

Não sabia que decidir
Só queria da encruzilhada sair
Mas quem ali fica não pode fugir
E ela não sabia como agir

O tempo acabou por se desvanecer
E ela ali ficou eternamente presa sem saber
Qual o caminho que menos a fazia sofrer


text by me
***Ari

Recorda-me

Recorda-me o tempo que vagueava no mundo dos mortos, onde só as borboletas eram minha companhia, onde nas noites frias como o gelo a lua era a minha guia.
Recorda-me as saudades de sentir o cheiro pútrido, a ausência de vida em meu redor, os abraços que dava a mim mesma.
Recorda-me os momentos passados na dor, chorando os amores passados, adivinhando os amores futuros sabendo que todos eram e seriam fracassados.
Recorda-me as lágrimas semeadas nas terras cobertas de morte, lágrimas que me desenhavam a sorte, o destino de viver sozinha.
E recorda-me também como morri, como em fantasma da noite me transformei, naquele mundo de mortos em que fiquei, onde já nem sei se algum dia tive vida.

text by me
***Ari

segunda-feira, agosto 20, 2007

A vida


A vida é o entrelaçar de muitas vidas
É a junção de muitas almas
É a união de muitos corações

São os laços criados por nós
Para os outros
São os entrelaços criados pelos outros
Para nós

É um corre corre por todo lado
Não indo a lado nenhum
É juntar tudo e não fazer nada
É ter nada e conseguir tudo

É escolher o laço que queremos dar
É decidir que entrelaçar será o nosso
É tanta coisa e coisa nenhum
Mas uma coisa é certa...

A vida é o entrelaçar de muitas vidas
É a junção de muitas almas
É a união de muitos corações


text and pic by me
i'm back
***Ari

sexta-feira, agosto 03, 2007


Um novo dia
A saudade aumenta
Nada me resta senão ver o tempo passar

Conto cada segundo
Que me parece eterno
Tenho até medo
Que o tempo tenha parado e nunca mais te veja

Vivo lentamante
Sem razão aparente
Recordando simplesmente
Cada momento contigo

E assim se passam os segundos...
Os minutos...
As horas...
Assim termina mais um dia de saudade

Nada mudou
Eu continuo aqui
E tu longe de mim

Um dia que acaba
Uma janela que se fecha
Uma alma que se recolhe
À imensa saudade de ti...

text and pic by me
***Ari

de férias!!!
até daqui a uns tempos xD

quarta-feira, agosto 01, 2007


Deitei-me no frio da noite para sentir teu abraço quente.
Para sentir minha alma renascer no nosso amor.
Mas nada disso aconteceu.

Só a saudade desceu até meu regaço e me amou toda a noite sem cessar.
Mas amanha será um novo dia.
Será o dia em que estarei nos teus braços e serei amada por ti.
Depois a saudade voltará...

Mas até lá só tu me importas!

text and pic by me
***Ari
(quase de férias longe daqui)

terça-feira, julho 31, 2007


Brincadeiras inocentes
Jogos de faz-de-conta
Ser quem nunca poderei ser
Viver onde jamais poderei viver

Gosto de me imaginar outra
Perguntar ao espelho como seria se assim não fosse
Respostas não tenho
Reflexos não falam
Mas com imaginação tudo é possível

Brinco de princesa
De rainha altiva e arrogante
Faço de menina Cinderela
Lavando o chão sem parar
É engraçado
Passar assim o tempo

É tudo leve e breve
Sorrisos e fantasias
Um mundo belo e inocente
Onde não existe mentira

Brincadeiras inocentes
Jogos de faz-de-conta
Ser quem nunca poderei ser
Viver onde jamais poderei viver

text and pic by me
***Ari

sábado, julho 28, 2007

Nobody cares....


As pessoas partem sem nada dizerem
Falam sem se preocuparem com o que as suas palavras irão causar
Magoam mas ignoram o sofrimento
Matam sem depois lavarem as mãos

E eu fico aqui sem ouvir um adeus
Fico aqui depois das palavras sentindo a mágoa
Fico aqui a sentir os punhais no meu coração
Fico aqui a morrer sem ninguém querer saber

A elas nada importa
Sou arrogante, orgulhosa, menina mimada e preconceituosa
Infelizmente sou menina que as ama mais do que tudo
Mas parece que isso já não lhes importa....



text and pic by me
***Ari

terça-feira, julho 24, 2007


Já fui boneca assustadora
Que num instante se tornava encantadora
E também fui delicada
Com aspecto de menina apaixonada

Já fui figura escorregadia
Imitei os passos de uma vadia
Tal como fui maravilhosa
Pequena menina que vivia na Rosa

Já fui ser triste que chorava
Que com seus gritos tudo matava
Mas também fui suave tempestade
Pequena brisa que transportava bondade

Agora sou sorriso leve
Que vive a vida de maneira breve
Sou menina por ele amada
Pequena criança enamorada


text and pic by me
***Ari

quinta-feira, julho 19, 2007

Fazes-me falta...


Fazes-me falta
Sem ti cada desenho é só mais um
conjunto de traços no papel
Traços sem nexo, sem ligação
Mera liberdade de expressão
Que está presa à tua ausência

Fazes-me falta
Sinto tudo vazio
Sem cor
Sinto o mundo sem sabor
Só uma ligeira amargura da solidão
Onde ponho o branco na escuridão
Para tapar o que não está

Fazes-me falta
Arrumo mais um desenho inacabado
Mais uma tela sem cor viva
Outra obra de arte perdida
No mar da falta que me fazes...


text and pic by me
(sem paciencia para isto,

sem imaginação,
de férias)

quinta-feira, julho 12, 2007


A Saudade abateu-se sobre mim
Reduzo-me à minha insignificância
Agora nada me importa
Estou longe de ti
E o mundo não me diz nada...

A Tristeza desceu como um véu
Pousou e escondeu as lágrimas que não choro
Não por não querer mas por não as ter
As lágrimas partiram e espero que não voltem...

Uma imensa solidão mora comigo agora
No lugar onde devias estar tu
Está um vazio
Um grande vazio que eu sinto cheio de ti...

Não quero saber de mais nada
Enquanto não voltares é como se não existisse
Até regressares serei o que sempre fui
Sombra que vagueia alienada da vida
Cadáver que passeia
Alma perdida

Ari***
text and pic by me

quinta-feira, julho 05, 2007

Passion's Killing Floor


"It's poetry carved in flesh, it's beautiful hell with us
To be deadly sin we confess, tears of joy fill our eyes
We are saved with its bigoties, my out there prophecys of doom

My heart's a graveyard baby, and to evil we make love on our passion's killing floor
In my arms you won't sleep safely and of lust we are reborn on our passion's killing floor

At first kiss the seas of hatred are sewn
Back into darkness we flee to tear our hearts out
We are saved where all fates fail
The lies inside of our tomb

My heart's a graveyard baby, and to evil we make love on our passion's killing floor
In my arms you won't sleep safely and of lust we are reborn on our passion's killing floor"

H.I.M.

Quem tem a nova música quem tem??
Eu!!!!!!!!!!!!
Linda linda!!!
***Ari

terça-feira, julho 03, 2007


Não se trata de sonhar
Mas sim de viver
E muito menos de amar
Mas sim parar de sofrer

Porque ao fechar os olhos te sinto comigo
Tal raio de sol que me aquece o corpo
E tudo se torna real e possível
Até mesmo o impossível
Pode acontecer

E não
Não sou eu a sonhar
Isto sou eu a viver
Também não estou a falar de amar
Estou a dizer que quero parar de sofrer

E se soltar a mente devagar
Soprar baixinho
Ela vai voar
Para perto de ti
Onde em teus braços se vai abraçar
E em teu corpo adormecer

E mesmo assim
Continuo a não sonhar
Estou unicamente a viver
Talvez já esteja a amar
E a conseguir parar de sofrer

Só que sinto que está a acabar
Que a qualquer momento vou acordar
Perceber que continuo a chorar
Neste mundo em que todos fingem me amar

Então sim
Estou a sonhar
Em momento nenhum a viver
Nem me passa pela cabeça amar
Voltei novamente a sofrer

***Ari
text and pic by me

Se em cada instante que passa, em cada segundo que conto, em cada momento que desperdiço, se em tudo isso parasse para pensar não cometeria loucuras mas talvez vivesse mais aventuras...

E se em alguma altura me lembrasse de viver um pouco mais sendo irracional, não pesar o bem e o mal talvez sucumbisse ao prazer carnal...

E se nalgum tempo que já não existe eu tivesse coragem de me olhar de frente talvez visse que nada é tão mau como parece...

***Ari
text and pic by me

domingo, julho 01, 2007


Corpo doente
Mente decadente
Alucinação constante
Visão estonteante
Mirangens quase reais
Facadas demasiado fatais

A cabeça perde o rumo
A vida não tem prumo
Gritos de dor ardente
Choros de alma deprimente
Delírios de solidão
Afogo na escuridão


text and pic by me

sexta-feira, junho 29, 2007

Magia do Amor

Sabes quando falam de magia?
Tu pensas em mágicos, feiticeiros
Ou mesmo em meros trapaceiros
Mas eu vou-te mostrar que a magia existe

Se desejares com força
Irás sentir
Uma nova forma de sorrir
E se olhares com atenção
Poderás ver
Que a verdadeira magia está aqui
Na palma da minha mão

Não perguntes como
Nem tentes sequer saber de que maneira
Vê simplesmente o mundo
Como eu
Respira devagar
Deixa a mente sonhar

E agora olha-me nos olhos
Não importa tudo o que já viste
Só esta magia que eu te dou
Só estas pequenas dávidas a quem eu asas ofereço
Esta é a magia
A verdadeira e única
A magia do Amor


text by me

Promessa


Uma promessa que por terra caiu
Uma história que das cinzas surgiu
Mas que as cinzas tornou
E a promessa por terra ficou

Era tudo uma questão de felicidade
Amor e sinceridade
E uma promessa de afecto
Ternura e carinho eternos
Pequenas flores colhidas
Simbolos de vida

Mas como tudo o que existe
Neste mundo nem o amor persiste
Pois combater a falsidade
É algo que exige demasiada cumplicidade
Acreditar no próximo como em nós
Sentir que nunca estamos sós

Tristeza esta de ver as flores caídas
As promessas traídas
O amor acabado
Tudo o que é belo enterrado
Em cinzas novamente
Tal como era e será sempre


Bloody kisses***Ari

text by me

quarta-feira, junho 27, 2007


Sinto-me a cair num buraco negro
Num abismo sem fim
Onde grito e ninguém escuta
Onde morro e ninguém nota

Sinto-me desfalecer
Num mundo sem nada
Para além da eterna dor
De eterna solidão
De eterna escuridão...

Sinto o cheiro pútrido da Morte
Está a chegar a hora do fim
O momento da despedida
Aqui ficarei perdida
Sem ninguém para me procurar...


Bloody kisses***Ari

text (velhinho mas ando sem inspiração)
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terça-feira, junho 26, 2007

Toque


Toque
Mero toque
Leve toque
Porque minhas mãos procuram-te no vazio
Necessitam de te sentir, de te tocar
Um simples toque

Procuro, sempre
Uma urgência cada vez maior
Mas não te sinto, não sinto teu calor
Mas preciso, preciso de te tocar
Um pequeno toque
Para minha alma respirar

Quero-te, quero-te
Cada vez mais, e mais, e mais...
Mas minhas mãos só o vazio sentem
De ti, nada...
Nenhum sentir
Só o ar, o gélido ar que respiro...

Só quero um toque
Um mero toque
Um leve toque...


Bloody kisses***Ari

text by me

Não existem razão
Que explique o coração
Nem mesmo sentimento
Que não cause sofrimento

Poucas são os motivos para sorrir
E muita a vontade de fugir
Mas por vezes as coisas mudam sem nós vermos
Transformamo-nos sem sabermos

São pequenas coisas dentro de nós
Que nos fazem ver que não estamos sós
Coisas simples sem aparente valor
E depois percebemos que é o amor

Bloody kisses***Ari

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sexta-feira, junho 22, 2007

Mansão dos Cadáveres


Ouço o sussurro dos mortos
O choro das almas perdidas
Presas no mesmo chão que eu
Na mansão dos Cadáveres

São pecadores que aqui ficaram
A pagar pelos erros do passado
Pelas feridas que provocaram
Pelo sangue que derramaram
Seres que só maldade respiravam
E agora são obrigados
A eternamente dormirem
Neste chão gelado como a própria Morte

E eu com todos eles
Ouvindo choros, gemidos, desespero
Também eu pago meu erro
Meus pecados cometidos
Mas eu não choro nem grito
Pois meu castigo é merecido

Ninguém dorme neste chão gelado
Sem sofrer
Ninguém entra na mansão dos Cadáveres
Sem o merecer

bloody kisses***Ari

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terça-feira, junho 19, 2007

Desculpa


Desculpa se não sou perfeita
Se sou alma desfeita
Magoada pela vida
Neste mundo em que me sinto perdida
Mais uma no meio da multidão
Uma mais que quebrou o coração

Desculpa se sou defeituosa
Pequena criatura odiosa
Que do amor tem medo
Que cada sorriso esconde um segredo
Mas tem vergonha de frente te olhar
Pois sei que corro o risco de te magoar

Desculpa se não sou exemplar
Sou só boneca que se está a quebrar
Cansada de viver a chorar
Farta de todos pisar
Sem querer, fazer os outros sofrer
Muitas vezes querendo desistir de viver

Desculpa
Não sei ser perfeita


bloody kisses***Ari

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segunda-feira, junho 18, 2007

Pecado


De todos os pecados que cometi
Nenhum me feriu tanto como este
O meu próprio pecado
A minha queda definitiva
No mar da vida
Agora,
Manchado com o meu sangue

Água límpida outrora
Calma a toda a hora
Agora,
Revolta e suja
Tão pecadora como a minha alma

De todos os pecados que existem
Nenhum é tão cruel como o meu
Que mata o corpo e deixa a alma
Despedaça o coração
Mas deixa-o no mesmo sítio
Intocável, insubstituível
Magoado, cortado
Com punhal trespassado

Sangrando sem parar
Manchando o mar da vida
Levando sonhos e alegrias
Deixo mero cadáver sangrento
Que paga todos os pecados que cometeu


bloody kisses***Ari

text by me