quarta-feira, setembro 26, 2007


Diz-me algo que ainda não saiba, partilha um segredo que não tenhas contado a ninguém, mostra-me o teu coração como jamais alguém conheceu, abre a alma e deixa-me amar-te num todo.

Conta-me as histórias de infância que só os pais sabem, mostra-me as fotos vergonhosas de quando eras pequeno, e aquela de que a mãe sempre se orgulha e diz 'é o meu menino'.

Deixa-me entrar na tua vida como um furacão, revolucionar a tua existência, virar o teu dia-a-dia de pernas para o ar e mostrar-te tudo o que podemos fazer os dois.

Por uma simples razão, pequena e talvez insignificante, minima, foi o que fizeste comigo.


Amo-te ^^



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***Ari

Longe


Ao longe ficaram as palavras sem sentido, os amores outrora vividos, as emoções que fizeram chorar...
Bem longe adormeceu a saudade do passado, a tristeza do amaldiçoado Fado, o coração perdido e despedaçado...
Lá longe deixei a solidão que me consumia, a escuridão que me escondia, os sentimentos que me desfaziam...

Tão longe tudo o que já não me importa ficou, tudo o que me magoa se enterrou...

Lá, bem bem longe, onde a vista já não alcança, onde o coração já não sente, onde a alma já não toca...


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***Ari

domingo, setembro 23, 2007

Porque em certos momentos me sinto frágil como uma flor
Ou como boneca quebrada
Ou como alma perdida
E também como criança amaldiçoada

Porque na solidão me sinto acompanhada
E na multidão totalmente isolada
Porque grito e ninguém escuta nada
Porque choro e morro nas lágrimas afogada


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***Ari

quarta-feira, setembro 19, 2007


Porque quando for grande serei forte
Serei o que não consigo ser agora
Poderei olhar a Lua e orgulhar-me disso
Não chorarei mais na calada da noite
Não gritarei mudamente por tudo o que acabou

Porque quando for grande serei forte
Serei valente e corajosa
Poderei amar livremente
Sem este peso na consciência
Poderei deixar de odiar

Porque quando for grande serei forte
Não serei esta menina que chora em silêncio
Que morre lentamente noite após noite

Porque quando for grande serei forte...
Porque amanhã me tornarei forte
E esta será a minha última noite de fraqueza!


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***Ari

domingo, setembro 16, 2007

E as palavras não saiem, escapam-se por entre os dedos, fogem de dentro da alma
Quero agarrá-las, segurá-las em mim mas elas caiem
Tento falar mas sons não pronuncio, as palavras recusam-se a ser pronunciadas

Vejo-as a esconderem-se nos recantos mais profundos,
Onde sabem que não serei capaz de chegar
Sei por onde andam mas coragem não tenho de continuar a procurar

Que reine então o silêncio...


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***Ari

quinta-feira, setembro 13, 2007


Sem te ter ao meu lado a vida torna-se escura e assustadora, o que outrora era o meu mundo agora é um terrível pesadelo do qual desejo acordar e saber que estás sempre aqui comigo...
Mas então abro os olhos e permaneço sozinha, envolvida pela escuridão, num vasto reino de solidão onde só por escassos momentos tu vens para me iluminar e aquecer...
Depois torna tudo a ser como era, regressa o medo e o temor de te perder nesse teu mundo que não é nem nunca será o meu...

Sinto-me confinada nesta redoma de vidro que um dia criei para me proteger mas que agora se tornou numa desesperante prisão...

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***Ari

terça-feira, setembro 11, 2007


E é em dias assim que sinto as feridas que me deixaste
Quando o céu lá fora perde a cor
E eu me vejo fechada neste mundo de sofrimento
Só com o meu coração magoado

Doí saber que me magoaste tanto
Mas doí ainda mais saber que mesmo magoada
Nada mudou
Só esta dor angustiante que aumenta
A cada facada

Já não posso mais viver assim
Não quero mais viver assim
Mas a dor não passa
Meu coração não sara
Este amor teima em não morrer

E eu simplesmente já não sei o que fazer...


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***Ari

sábado, setembro 08, 2007

E na escuridão do mundo elas chegaram
Muito suavemente me beijaram
Minha boca incendiaram
E a minha alma mataram

Então a tristeza desapareceu
O meu coração aqueceu
O olhar se perdeu
A escuridão se desvaneceu

E elas partiram de novo
Mas jamais esquecerei os ardentes beijos
Das fogosas borboletas
Que minha alma mataram


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***Ari

quinta-feira, setembro 06, 2007

Adeus


Olá...
Desculpa só agora te vir ver, mas a tua partida repentina deixou-me em tal decadência que sinceramente nem sei como estou aqui hoje...
Gostava de te perguntar porque te foste, sem ao menos me deixares dizer adeus.
Gostava de te perguntar se ainda me amas e se todas as juras que me disseste se mantêm de pé.
Gostava de te perguntar onde estás agoras, se estás num sítio melhor que este.
Mas hoje não te venho massacrar com as minhas perguntas compulsivas.
Hoje venho aqui fazer o que mais gostavas de me ver fazer... Venho tocar para ti a melodia que dizia tudo sobre nós...
Fecha os olhos para não veres as minhas lágrimas, e perdooa-me... Oh por favor perdooa-me não me ter despedido de ti no dia em que partiste...
Agora escuta, uma última vez a nossa música, espero que depois descanses em paz...
Mais nada tenho a fazer aqui, acabaram-se as perguntas, acabaram-se as palavras... Tu levaste tudo menos o meu adeus... Levaste tudo menos o meu amo-te... Levaste até a minha alma, deixas-te só este corpo sem razões para viver abandonado neste mundo que já nada me diz...
Já não tenho forças para tocar nem para chorar...
Resta-me dizer-te... Amo-te...
E... Adeus...
Adeus amor...
Espero um dia voltar a estar ao teu lado para recuperar tudo o que levaste contigo nesse dia em que não me pude despedir de ti...


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***Ari

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ponto de Vista


Alguma vez observaste a vida de um ponto de vista diferente? Experimenta só uma vez. Senta-te na sombra e vê o mundo como eu, vê as pessoas como eu, vê a vida como eu.
Observa os outros, eles fazem de conta que não existes, tal como eu. Vê como as vidas deles se cruzam e separam e voltam a cruzar, vê como um amor mal acabado pode recomeçar. Vê como são mentiras as verdades que se contam, como são ilusórias as emoções que eles tentam em vão fingir. Vês?
Como julgas o mundo agora? Como julgas as pessoas agora? Depois de te sentares no meu lugar na sombra e veres o mundo como eu?
É engraçado observares a vida de um ponto de vista diferente do habitual não achas? As cores já não te são apelativas, o calor já não te toca o coração, as mãos são gélidas como a morte. Aposto que não gostaste de ver a vida daí mas foi a única maneira de te mostrar como eu vejo o mundo.
Perdoa-me se te choquei, se agora já não ves o mundo como antigamente, mas para se seguir em frente tem que se conhecer vários pontos de vista...


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***Ari

segunda-feira, setembro 03, 2007

Deixem-me...

E agora me entrego ao mundo de lá
Deixo os mortos me puxarem para o lago deles
Porque já nada aqui me resta senão a solidão...

Prefiro então morrer...
Ser levada pelas almas que em agonia
Me querem agarrar e levar...

Deixá-las puxarem-me...
Deixá-las matarem-me...
Já nada me importa...
Num mundo de hipocrisia...

Vale mais a morte...
A nova vida perto das almas sufocantes
Do que esta aqui num lugar imundo
Sem amor, só a eterna mágoa de estar sozinha...

Por favor levem-me...
Por favor tirem-me esta dor...
Matem-me...
Puxem-me...
Acabem com o sofrimento que me aperta o coração...

Deixem-me com vocês ficar...
Deixem-me em vosso lado morar...
Deixem-me como vocês
Ser mais uma alma a chorar...


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***Ari

Ele & Ela


Ela pensa nele
E ele pensará nela?

Ela jura-lhe um amor eterno
Ele foge a um simples amo-te

Ela chora nas noites que não o tem
Ele sorri nas noites que passa longe dela

Ela acredita no amor
Ele chama-lhe uma aventura

Ela chama-lhe o seu mundo
Ele diz que são de mundos diferentes

Ela sente a dor e o vazio
Ele vive simplesmente por viver

Entre eles o amor existe
Mas ele não sabe
E ela está prestes a desistir dele...
Estão tão perto e mesmo assim estão distantes...


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***Ari

O comboio


Não me lembro da razão de aqui ter vindo parar
Sei que acordei uma manhã e decidi que ia partir
Para onde?
Nunca cheguei a saber, mas nesse mesmo dia fiz-me à estrada
Percorri montes e vales
Escalei montanhas, nadei em rios
E depois, não sei como vim parar aqui...

Também não me perguntem o que aqui faço
Acho que espero o comboio
Mas ele nunca chega...
O tempo passa e nada me faz sair daqui
Já não recordo quando cheguei
Parece que foi ontem ou no século passado
Só sei que o comboio ainda não passou
Mas eu daqui não sairei enquanto ele não me vier buscar...

Nem que para isso passe aqui a eternidade...


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***Ari

Minhas Mãos


Custa-me ter comigo as mãos que em ti se querem perder
Pesam-me os dedos que teus caminhos querem percorrer
Doi-me guardar em meu regaço o que te quer perdidamente...

E sinto-me tão só e perdida na imensa escurdião que me afoga
Minhas mãos são como punhais que carrego e não deviam estar comigo
Pois é em ti que elas querem estar
Não aqui, tão quietas e mortas sem nada para tocar...

Por mais que chore, a mágoa continua comigo
Nas mãos amaldiçoadas a mim pertencerem
Quando o verdadeiro destino é contigo adormecerem...


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***Ari

domingo, setembro 02, 2007


"Uma vez, saíram desta terra em peregrinação quatro rapazes e chegaram a um outro reino onde, quando à noite o Sol desaparecia atrás dos montes, havia uma esfera brilhante pendurada num carvalho, que deitava uma luz suave em todas as direcções. Devido a ela, era possível ver e destinguir tudo muito bem, embora não fosse uma luz tão forte como a do Sol. Os rapazes pararam e perguntaram a um lavrador, que passava por ali com o seu carro, que luz era aquela.

"Aquilo é a Lua", respondeu ele, "o nosso prefeito comprou-a por três moedas e pendurou-a no carvalho. Tem de lhe deitar óleo todos os dias e mantê-la limpa, para que ela não deixe de brilhar. Por isso, pagamas-lhe uma moeda por semana."




excerto do conto 'A Lua' de Jacob e Wilhelm Grimm
(não me importava de poder comprar a Lua por 3 moedas xD)
***Ari